Comportamento da raça Chartreux

O Chartreux pode ser considerado um “gato-cão”. Por ser independente como um gato e sociável como um cão, sua personalidade é peculiar. De enorme sensibilidade, demonstra e desfruta junto ao seu dono a felicidade de ser um bom companheiro em qualquer situação. Quem escolhe um Chartreux como amigo dificilmente se arrepende.

É um gato calmo, dócil, amável e também brincalhão: não dispensa caçadas atrás de seus brinquedos, principalmente quando interagem com seu dono. Apesar de sua tranquilidade, é muito inteligente e totalmente capaz de realizar comandos iguais aos dos cães.

Entre todas as raças de gatos é a mais silenciosa e, quando raramente miam, o som é suave e agradável, além de conquistar qualquer pessoa com seu extraordinário ronrono!

Mas, atenção!

Gatos que preferem sofrer em silêncio não demonstram que estão doentes, dificultando assim nossa percepção do problema. Mesmo no veterinário costumam apenas ronronar.

Uma de suas características mais notáveis é a socialização com outros animais: raramente mostra as unhas, prefere se afastar do local a começar uma briga. Logo, também é uma raça recomendada para crianças e idosos.

Apesar de ser tolerante, é aconselhável disponibilizar um local tranquilo e sem muitos ruídos para o Chartreux, pois ele pode se tornar medroso. Pensando em sua qualidade de vida e bem-estar, também é importante proporcionar ao gato um enriquecimento ambiental – oferecer brinquedos e criar atividades para entretê-lo.

Padrão da raça Chartreux

gato padrao da raca chartreux
gata eva - padrao da raca chartreux
Conhecer o padrão da raça Chartreux é muito importante para não incentivarmos o desvio de suas características. O Chartreux, muitas vezes, é confundido com o Inglês de Pelo Curto ou mesmo com o Azul da Rússia, mas na verdade eles têm características morfológicas bem diferentes, entre outras peculiaridades. Para garantir a aquisição de um Chartreux “puro” você deve fazê-lo somente em criadores registrados pela FIFe – Fédération Internationle Féline – que no Brasil é representada pelo Clube Brasileiro do Gato.

Padrão da raça (FIFe)

Cabeça: Grande e arredondada, mas não esférica, assemelhando-se a um trapézio invertido. Espaço plano entre as orelhas. Maxilares fortes e bochechas cheias, tendo os machos adultos maxilares mais fortes. Nariz em linha reta, de tamanho e largura médios, com um ligeiro stop ao nível dos olhos. Focinho pequeno comparativamente à cabeça, estreito e afilado com ligeiras almofadas que lhe dão uma expressão sorridente. Pescoço curto e forte.

Orelhas: De tamanho médio na altura e na largura, bem implantadas no alto da cabeça e de postura ereta.

Olhos: Expressivos, arredondados e abertos, de cor que vai do cobre ao ouro.

Corpo e Cauda: De estrutura robusta, ombros largos e peito profundo. Estrutura óssea forte, massa muscular sólida e densa. Cauda de comprimento moderado, grossa na base, afilando até à ponta oval. Nos jovens com idade inferior a dois anos, são permitidas listas fantasmas e riscas na cauda.

Manto: De pelo médio-curto e lanudo na textura, com uma cor uniforme desde a raiz, sendo que o subpelo é maior e protetor. O pelo é de cor azul, variando desde o azul-acinzentado claro ao azul-acinzentado escuro. Normalmente, os machos têm mantos mais espessos. Às fêmeas e aos machos com idade inferior a dois anos é permitido um pelo mais sedoso e fino.

Penalizações e Desqualificação: Um stop acentuado no nariz, nariz arrebitado ou voltado, focinho largo, defeito palpável na cauda e olhos demasiadamente próximos que conferem ao Chartreux um ar zangado, são penalizados em exposição. Pelos brancos, nó visível na cauda, olhos verdes e qualquer sinal de fragilidade nas ancas resultam na desqualificação do gato.

História e origem da raça

Reza a lenda que os antepassados do Chartreux chegaram à França por mar, vindos provavelmente da antiga Síria e Irão, trazidos pelos cavaleiros que regressavam das Cruzadas.

Diz a história que o Chartreux viveu e recebeu este nome dos monges Carthusian da França e, talvez, tenha compartilhado com eles o famoso licor de Chartreuse. Porém, uma recente pesquisa indica que seu nome está relacionado ao fato de o toque da sua pelagem ser idêntico ao toque da flanela espanhola Cartuxa, sendo o Chartreux, possivelmente, uma variante francesa deste nome.

A presença desta raça já era documentada desde o século XVI e era reconhecida pela textura e cor do pelo sem igual. Contudo, o seu percurso até aos dias de hoje não foi fácil, uma vez que esteve quase em extinção. Durante os séculos XVIII e XIX era introduzido na sociedade como prato de refeição e mercadoria para os comerciantes de peles, pois seu manto lanudo e fofo era muito apreciado.

Costumava ser criado por causa de seu incomparável pelo aveludado, o que fazia esta raça alcançar um preço elevado. No entanto, na década de 1920, o número de exemplares do Chartreux diminuiu significativamente, mas felizmente a raça sobreviveu graças aos esforços de duas freiras atraídas pelos gatos cinza-azulados que vagueavam pelos terrenos do hospital em Belle-Ile-sur-Mer. Foi depois finalmente considerado animal de companhia, reivindicando seu lugar na sociedade como verdadeiro tesouro.

As freiras Cristine e Suzanne iniciaram, então, a reprodução seletiva da raça adaptando um casal de Chartreux que vivia na ilha, Marquise e Coquito. Estes gatos formaram o núcleo do seu programa de criação e uma das gatinhas da primeira ninhada, Mignonne de Guerveur, foi a primeira gata Chartreux a obter o título de Campeã Internacional. Foi considerada “a gata mais estética da exposição do Cat Club de Paris” em 1931 e os seus descendentes foram Campeões ou Campeões Internacionais.

Em 1939 foi reconhecido o primeiro standard da raça Chartreux e o famoso gato azul da França passou a ser mais conhecido e representado na Europa Ocidental.

No decorrer da 2ª Guerra Mundial, alguns criadores tentaram salvar o Chartreux da extinção, optando por cruzar gatos azuis com ou sem pedigree, especialmente British Blue e Persas, para refinar a tradicional raça francesa.

Em 1970, a FIFe – Fédération Internationle Féline – agrupou o Chartreux e o British Blue no mesmo standard. Mas, depois da contestação de pessoas apaixonadas pelo Chartreux que provaram as diferenças estruturais e morfológicas entre as duas raças, finalmente elas foram separadas definitivamente.

Jean Simonnet, presidente honorário do Club du Chat des Chartreux, apurou a raça e publicou em 1972 um livro intitulado ” Étude sur le chat des Chartreux “, e o standard do gato Chartreux foi renovado pela FIFe em 1977.

historia e origem da raca de gatos chartreux
historia e origem da raca de gatos chartreux
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Cuidados

cuidados chartreux
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O Chartreux requer pouca manutenção, mas devemos estar sempre atentos para mantê-lo saudável e feliz. É fundamental seguir corretamente o calendário de vacinação e vermifugação indicado pelo veterinário responsável.

Como é um gato de pelo curto e grosso, o ideal é escová-lo pelo menos uma vez por semana para retirar os pelos mortos, evitando assim a formação de bolas de pelo no estômago, além de contribuir para a uniformização da cor do manto.

As orelhas do Chartreux requerem atenção especial, pois esta raça tem uma segregação auricular maior do que grande parte dos gatos. Aconselhamos que as orelhas sejam limpas uma vez por semana, primeiro com um lenço de papel e depois com uma haste com ponta de algodão.

A indicação da ração mais adequada varia de acordo com as fases de sua vida. O Chartreux tem um desenvolvimento diferente dos outros gatos e só atinge a maturidade perto dos quatro anos de idade. Sendo assim, devemos administrar a ração para filhotes por mais tempo. É recomendado alimentá-lo sempre com rações Super Premium.

O Chartreux tem tendência à gengivite, daí a necessidade de ingerir alimentos secos. Levar seu gato ao veterinário para fazer check-ups regulares e limpeza periódica dos dentes é de extrema importância. Em alguns exemplares da raça os dentes incisivos de leite não caem e, por isso, logo que os definitivos nascem é necessário arrancá-los.

Apesar de o Chartreux procurar a caixa de areia instintivamente, devemos mantê-la sempre limpa para garantir a higienização.

Dicas

Qual a importância do Enriquecimento Ambiental

O Enriquecimento Ambiental melhora a qualidade de vida e o bem-estar do animal e de seu dono, aumentando a interatividade, o amor e o carinho entre ambos. Proporciona ao animal a possibilidade de ter um comportamento mais perto do ideal para sua saúde psicológica e fisiológica.

 

Enriquecendo o Ambiente (tipos de enriquecimento)

Físico

Devemos fazer modificações no ambiente e introduzir objetos para o animal ter que descobrir, a cada dia, alternativas para alcançar seus objetivos de uma forma saudável para ele e seu dono. Nessa hora vale a criatividade das pessoas que convivem junto dele. Esconda petiscos e deixe vários brinquedos soltos pela casa, estimule a brincadeira com esses brinquedos, entre outras coisas.

Sensorial

Devemos estimular os cinco sentidos dos animais: visual, auditivo, olfativo, tátil e gustativo. Quanto mais estímulos o animal tiver ele passará mais tempo ocupado prestando atenção e se distraindo com coisas que seu dono permitiu e ofereceu. Podemos por exemplo, deixar um rádio ou uma televisão ligada, de preferência no canal que você costuma a assistir. Existem CDs com musicas que acalmam e relaxam os animais.

Social

Os animais devem socializar e interagir com outros animais, pessoas e com situações diversas para um conviveu saudável e prazeroso. Devemos apresentar, ao máximo e de forma agradável, todas as coisas ao qual ele vai conviver para ajudá-lo a ter um bom comportamento.
Sempre que ele encontrar uma pessoa ou outros animais, vamos recompensá-lo com um petisco, carinho e atenção para ele associar que são coisas boas.

Alimentar

Os animais em sua residência possuem seus alimentos oferecidos por nós, no entanto, podemos promover um ambiente mais dinâmico. Os alimentos podem ser oferecidos em locais diferentes a cada refeição e com uma grande variedade, lembrando que cada animal tem sua peculiaridade e por isso devemos consultar um veterinário para termos certeza que ele pode se alimentar do que está sendo oferecido. Descubra qual petisco seu Pet gosta mais e ofereça apenas quando for treiná-lo facilitando o aprendizado.

Cognitivos

Podemos estimular a capacidade intelectual dos animais, para isso, vamos criar “quebra cabeças” com a finalidade do animal sempre alcançar um objetivo. Esses objetivos devem ser algo que ele goste muito (petiscos, brinquedos, etc ), começamos de forma simples e depois vamos dificultando fazendo a brincadeira se tornar um grande desafio prazeroso. No mercado encontramos brinquedos interativos que possuem um mecanismo desafiador e ele terá que superar alguns obstáculos para conseguir seus objetivos.

Seu gato fazendo suas necessidades no local correto

Após fazerem suas necessidades os gatos gostam de esconder (encobrir ou enterrar) suas fezes e urina, assim devemos descobrir qual a caixa higiênica e substrato de sua preferência.
Inicialmente vamos disponibilizar caixas de diferentes formatos e tamanhos e substratos de diferentes tipos, podemos a cada dia alternar as combinações de caixas e substratos e vamos observar quais foram de sua preferência e ao final montamos a combinação que mais lhe agradou.
Existem outros fatores importantes, devemos posicionar as caixas em locais tranqüilos onde o gato não tome sustos e sempre longe do local onde ele se alimenta e descansa. É necessário ter no mínimo uma caixa higiênica a mais à quantidade de gatos que convivem naquele ambiente para sempre ter uma caixa limpa, pois alguns gatos não fazem suas necessidades se a caixa já tiver suja.
Lembrando que devemos recompensar sempre o gato quando o presenciamos fazendo suas necessidades na caixa higiênica.

Socialização entre cães e gatos

 

dicas enriquecimento ambiental gatos chartreux
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Parceiros

Sobre o Gatil Chartreux Vida de Pet

 

Somos o principal criador de Chartreux do Brasil. Estamos registrados na FIFE e no Clube brasileiro do gato.

Um dos nossos objetivos é resgatar e divulgar a raça no mundo, já que existem poucos criadores e um número muito baixo de exemplares. Outro é manter sempre a melhor qualidade de vida e bem estar de nossos animais.

Aqui no Vida de Pet os profissionais tem um largo conhecimento sobre cuidados e treino dos animais. Ricardo Mazzaro treinou os animais da novela do SBT “Cúmplices de um Resgate” onde um deles é o “Bartolomeu” um gato da raça Maine Coon.

“Vida de Pet proporcionando melhor qualidade de vida e bem estar dos animais e seus donos”